No início do século XVIII, a varíola era uma doença que causava a morte
de muitos indivíduos e, em razão da doença, muitas crianças nem chegavam
a atingir a fase adulta.
Porém, já nessa época, a esposa de um embaixador inglês, Lady Mary, já
havia associado que indivíduos saudáveis que recebiam, por vias
cutâneas, o líquido oriundo do ferimento da doença de indivíduos
adoecidos estavam imunes à varíola. Esse método foi chamado de
variolação e foi bastante utilizado até o fim do século.
Também nesse mesmo século, o médico inglês Edward Jenner, após inúmeras
observações, percebeu que pessoas que conviviam com vacas - inclusive
as adoecidas pela varíola - e possuíam ferimentos tais como esses
animais, não eram contagiados. Assim, injetou o pus dessas vacas em um
menino saudável e, tempos depois, apesar das reações adversas, foi
inoculado com a varíola humana e não adoeceu.
Assim, continuou esse procedimento em várias pessoas, retirando o pus
dos adoecidos e transferindo para as pessoas, como forma de prevenir a
moléstia. Anos depois, inoculou no garoto que participou de seu primeiro
experimento e em mais duas pessoas e ambos continuaram imunes.
Em sua publicação, que deu origem ao nome “vacina”, Jenner usou o termo
“varíola da vaca” em latim: "variola vaccinae” que, com o tempo, acabou
popularizado o termo “inoculação da vacina”, tal como a própria técnica
(lembre-se de quantas vítimas dessa doença iam a óbito até então). O
sucesso foi tanto que, em 1805, Napoleão Bonaparte obrigou que todos
seus soldados fossem vacinados, o que gerou alguns conflitos.
Um conflito mais recente, e que é estudado nas aulas de História do
Brasil, também por questões parecidas, foi a “Revolta da Vacina”, que
ocorreu em 1904 no Rio de Janeiro, uma tentativa do então presidente,
Rodrigues Alves, juntamente com o prefeito Pereira Passos e o médico
Oswaldo Cruz, de executar uma grande empreitada sanitária, como forma de
“modernizar” e higienizar a região.
Esse projeto consistia em, além de retirar as pessoas das ruas,
levantar guerra a mosquitos, ratos e outros animais “maléficos”, também
obrigar a população inteira a vacinar contra a varíola, criando,
inclusive, a Lei da Vacina Obrigatória, em 31 de outubro de 1904. A
reação popular foi extrema: pedradas, protestos, incêndios, dentre
outras formas de revolta, que fizeram com que o governo revisse a
obrigatoriedade.
Atualmente a varíola é considerada uma doença erradicada, mas,
entretanto, há muitas controvérsias entre o uso ou não de vacinas.
Alguns médicos alegam que a melhoria das condições de vida das pessoas,
incluindo aí o saneamento básico de qualidade e boas condições de
alimentação, poderia causar tanto efeito contra estas doenças quanto com
o uso de vacinas.
Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola
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