Dilma comparou o Enem ao Programa Universidade para
Todos (ProUni), que chegou à marca de 1 milhão de bolsas de estudos
concedidas. Para comemorar a marca, houve uma solenidade no Palácio do
Planalto nesta segunda-feira (23). A presidente disse, no evento, que o
ProUni também teve que passar por aprimoramentos. "O ProUni também teve
que ter suas adaptações e suas melhorias. É assim que se faz política
pública. Como eu faria o Ciências sem Fronteira, o ProUni e o Sisu
[Sistema de Seleção Unificada] sem o Enem? Como seria o acesso
democrático de todas as pessoas a essas oportunidades? Não seria", disse
a presidente.
Na solenidade, o ministro da Educação, Fernando Haddad, lembrou que o
ProUni, quando foi lançado, em 2004, também recebeu muitas críticas.
"Se você recuperar as matérias de 2004, existia uma unanimidade contra o
ProUni. Todos criticavam, escreviam editoriais, artigos de jornais. A
academia não compreendia e os estudantes também não. Hoje, é um programa
consolidado. Programas em larga escala exigem tempo de consolidação em
que você vai aprimorando até o momento em que supera as dificuldades e
passa para outros desafios".
Sobre a decisão do governo de cancelar a prova extra do Enem que
seria aplicada em abril deste ano, Haddad, disse que a decisão foi
tomada em função das ações na Justiça contra o último exame, que teve
questões vazadas para um grupo de estudantes cearenses. Segundo o
ministro, os questionamentos judiciais, em especial os do Ministério
Público, não dão "tranquilidade" para que o processo seja aperfeiçoado.
"Toda semana nós tivemos uma ação judicial do Ministério Público
defendendo uma tese diferente da semana anterior. Nós precisamos
consolidar o marco regulatório. Se a cada semana tivermos que enfrentar
um debate judicial sobre o que tem de prevalecer em um exame dessa
envergadura, isso vai gerar uma instabilidade inadequada. Nenhum
vestibular vive a pressão que o Enem vive", disse Haddad.
(Agência Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário