'Financial Times' lista curso do Coppead, da UFRJ, entre os cem melhores em 2012.
Um dos mestrados em administração mais respeitados
do mundo está ao alcance dos estudantes brasileiros gratuitamente. O MBA
oferecido pelo Coppead, instituto de administração da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ficou em 51.º lugar na lista do jornal
britânico 'Financial Times' dos 100 melhores cursos mundiais do gênero -
é o único brasileiro na lista.
O curso tem dois anos de duração e não cobra anuidade. É exigido, no
entanto, que o aluno se dedique exclusivamente às aulas por pelo menos
18 meses. Diante das taxas cobradas pelas escolas internacionais que
figuram nesse ranking, que não raramente ultrapassam US$ 100 mil por
ano, o MBA do Coppead ficou em segundo lugar na lista do melhor
"custo-benefício" para o estudante (considerada a relação entre o valor
investido para a formação e o aumento salarial conquistado pelo aluno
após a conclusão).
Segundo a análise do Financial Times, após terminar o curso no
instituto da UFRJ, o estudante consegue um incremento médio no salário
da ordem de 150%. De acordo com Denise Fleck, coordenadora de
pós-graduação do Coppead, o curso de tempo integral garante uma formação
indiscutivelmente mais sólida - isso porque a carga horária em sala de
aula é maior e a dedicação do aluno a leituras e pesquisas é bem mais
extensa. "O nosso estudante tem que ficar disponível para as aulas das
8h às 20h, de segunda a sexta-feira. Ele terá 20 horas semanais em sala,
mas terá de se preparar com leituras e estudos de caso por meio de
materiais repassados previamente", explica Denise.
'Pede para sair' - Quem já passou pela maratona de
estudos afirma que a carga de trabalho é pesada. "Brincávamos entre nós,
a cada disciplina, de que o estilo é Tropa de Elite: 'se não aguenta,
pede para sair'", lembra Carol Montagna, que terminou os créditos do MBA
e agora escreve a dissertação de fim de curso. Como a maioria das
pessoas que procura o curso, ela estava em busca de uma "virada" na
carreira ao procurar o Coppead. "Trabalhava como produtora em uma grande
empresa do ramo, a Conspiração, mas não via muita perspectiva
profissional."
Com a meta de ganhar novas perspectivas na carreira, Carol - que é
formada em Rádio e TV - decidiu voltar a estudar. Para reduzir os gastos
durante o período em que ficaria impedida de trabalhar, ela voltou a
morar com os pais para diminuir os gastos (na segunda metade do curso,
recebeu bolsa-auxílio de R$ 1,2mil). Assim que ficou disponível para
assumir compromissos, as oportunidades não tardaram a aparecer. As aulas
presenciais acabaram em julho e ela começou no novo emprego - como
analista sênior de projetos de internet na Globosat - em setembro de
2011.
Ao fim de cada curso, o Coppead reúne os estudantes (são cerca de 40
vagas, todos os anos) para a apresentação dos formandos ao mercado.
Segundo a instituição, participam dessas reuniões empresas de grande
porte como Shell, Bunge, Ambev, Johnson & Johnson, Itaú e L'Oreal.
"É uma tradição que iniciamos em 1973, quando o curso começou a ser
ministrado. Quando o período de aulas termina, reunimos os currículos de
todos os alunos e fazemos essa reunião. E as empresas vêm a nós com o
objetivo claro de recrutar", conta Denise Fleck.
Foi justamente nesse evento que Carol Montagna teve o primeiro
contato com a Globosat. Hoje, ela ganha cerca de 70% a mais do que
recebia antes do MBA. "Minha carreira está aberta, trabalho com
planejamento e estratégia. Sinto que dei um passo adiante, aproveitando
parte da minha formação anterior."
(O Estado de São Paulo)
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